sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Nos lábios das flores

 Vladimir Volegov

 Nos lábios das flores sinto o veludo das pétalas
na  cor labareda do laranja do sol poente
girassóis de fome e de fogo em pele ardente

Na penumbra da tarde passeiam aromas de delírios
em noturnos segredos e ondas de loucura tardia 
na música do teu corpo feito melodia

E nesta harpa em acordes musicais de fantasia
a noite cai e dorme na tua boca
São gotas de orvalho, na madrugada vazia

Poeira de sonhos amantes
luz fugidia
sombras distantes.

Manuela Barroso
    

sábado, 14 de janeiro de 2012

Nos Olhos


 Vladimir Volegov

Nos olhos das palavras
ficaram esqueletos nas ervas,
porque as flores
essas,
caíram na terra que lavras.
E nas mãos floridas
queimei incensos vadios
no fogo da noite.
Labaredas em ondas
crepitando sussurros
no corpo das sombras.

                              Manuela Barroso
                                                                      
  

sábado, 7 de janeiro de 2012

Tempo...

 Foto de Arquivo - Foz


Tempo,
O que ficou de outrora?
Sussurra baixinho
como a brisa no salgueiral,
que as ondas do rio ainda correm mansas,
que as libelinhas voam preguiçosas
que o céu se tingirá de tardes
no crepúsculo das tuas ondas.
Que o mar num abraço longo
Beija ainda e sempre a deserta  praia
no açúcar branco da areia florida 
que no pôr do sol, logo se desmaia.
E o lençol da noite
que de preto se veste
ainda que de branco  só se manifeste
cobrindo ternuras
tao longas
tao puras
será  sempre o símbolo 
dos cânticos de amor
sepultado hoje
nestas pedras duras!

Manuela Barroso