Sou filha do chão, bebo o leite dos orvalhos.
Não alcanço a plenitude dos voos mas
voo na plenitude da cor, na graça com que
são feitas todas as flores.
Tudo é pequeno em mim mas tenho a beleza
que atrai os olhares dos insetos que repousam
na pele da minha seda.
Não me querem em jardins.O meu palácio é a terra
onde plantam outros canteiros;
não tenho a ternura dos jardineiros
mas o afago das abelhas trazendo-me travos de mel.
Sou filha do sol e do chão
a alegria dos caminhos
nos olhos de solidão.
Manuela Barroso
Flores Silvestres, 2014
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