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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Flores Silvestres


Sou filha do chão, bebo o leite dos orvalhos.

Não alcanço a plenitude dos voos mas
voo na plenitude da cor, na graça com que 
são feitas todas as flores.
Tudo é pequeno em mim mas tenho a beleza
que atrai os olhares dos insetos que repousam
na pele da minha seda.
Não me querem em jardins.O meu palácio é a terra
onde  plantam outros canteiros; 
não tenho a ternura dos jardineiros
mas o afago das abelhas trazendo-me travos  de mel.
Sou filha do sol e do chão
a alegria dos caminhos
nos olhos de solidão.

Manuela Barroso

Flores Silvestres, 2014


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Caminhando pelas nossas veredas




domingo, 4 de maio de 2014

No Silêncio

 Imagem da net

           
No silêncio da copa das árvores escrevi o teu nome.
No segredo do vento, enfeitei-te de beijos escritos nas
folhas, em lábios azuis tremendo de frio.
Neste ninho verde, projectei mistérios onde me refugio.       
Debato-me com os encantos da alma ouvindo-os na brisa
que despenteia os  cabelos numa indiscreta carícia
e rebeldia.
Os olhos balouçam nos braços desta árvore que os vejo
como teus, onde me deixo prender como um laço, numa
imagem doce que teimo não esquecer

Manuela Barroso                                          






Amo-te, Mãe!