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Machado (disse a árvore, ao machado):
No
meu tronco não ouses o teu fio!
Não
é digno, no chão, ver-se deitado,
Quem
nasceu para ser, somente, erguido!
Mas
o machado, surdo, a qualquer brado,
Talhava
o tronco indiferente e frio.
Quando,
o destino, já nos foi traçado,
Ninguém
lhe muda mais o seu feitio.
Já
quase, prestes, a cair no chão
(Suspiro
antes que a morte nos consuma),
A
árvore insistiu… mas foi, em vão.
Então,
a estralejar, se desapruma,
Pois,
seja por desatino, ou condição,
Nunca
fica, de pé, coisa nenhuma.
Florentino
Alvim Barroso -”O Vento e as Ventanias”, Edium Editores
Boa noite Manuela,
ResponderEliminarUm poema belíssimo e muito pertinente numa época em que o Homem tanto desrespeita as leis da natureza.
Que 2020 seja um ano em que as consciências se sintam sensibilizadas para estes e outros aspetos que estão a matar o Planeta.
Um beijinho e bom 2020!
Ailime
Triste súplica, linda poesia...beijos, chica
ResponderEliminarLinda e dorida súplica que não foi atendida. E natureza continua derramando suas lágrimas de dor
ResponderEliminarLindíssimo comadre
Beijinhos no ❤️
É quase um crime cortar árvores. Mas há muita gente que gosta de o fazer. O teu poema é um grito de alarme das árvores. Parabéns Manuela.
ResponderEliminarUm grande beijo.
Um belo poema que nos faz reflectir... e que me remeteu de imediato para a desflorestação intensiva, que está a ser levada a cabo na Amazónia... só mesmo pelo machado, nada fica de pé... pois mesmo na Austrália, apesar dos incêndios tão devastadores... a árvores já se estão a regenerar de novo... estive há pouco a ver as primeiras imagens disso mesmo... os primeiros rebentos... em paisagens, a perder de vista... e que só aparentemente se tornaram em carvão... a vida continua por lá... latente...
ResponderEliminarAdorei ler, Manuela!
Finalmente passando por aqui, com um considerável atraso... após a quadra festiva... a azáfama da mesma, associada aqui a uma situação de saúde da minha mãe, alergia a um medicamento, impediram-me de conseguir chegar a muitos espaços dos amigos da blogosfera, conforme desejaria!... Pelo que só agora, o estou fazendo, aos poucos...
Aproveito para deixar um beijinho, e os meus votos de um muito feliz 2020, para si e todos os seus, Manuela! Com muita saúde, bons momentos, muitos projectos, para idealizar e concretizar... e maravilhosas inspirações nos seus espaços, que é sempre um prazer imenso descobrir e apreciar!...
Um beijinho grande! Tudo de bom!
Ana
Boa noite de Domingo, querida amiga Manuela!
ResponderEliminarLembrei-me de um diálogo que fiz no colégio da árvore com o machado. Foi boa a prosa na época e a imagem que você usou aqui é muito propícia e intensa.
Senti a dor da árvore no poema postado.
Tenha dias felizes!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
adorei seu post
ResponderEliminarhttps://www.noticiasdaweb.com.br/
Há desalmados, capazes de derrubarem árvores,
ResponderEliminarmas pior, muito pior, são as que caem a mando
das autarquias e cuja falta descaracteriza
um lugar.
Um belo poema de intervenção ecológica.
Beijinhos, Manuela.
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Dolorosa suplica amiga.
ResponderEliminarDizem que a arvore perfuma o machado que a fere.
Cada arvore que tomba, ´
é uma ferida na mata.
Cada arvore que cai,
é um deserto que sai.
Belo triste poema do Alvim Barroso( coincidência ou irmão)
Grato pela partilha que é um grito.
Beijinho amiga
O meu pensamento não foi conduzido para questões de natureza ambiental. Pareceu-me antes uma impressiva reflexão sobre a temática da caducidade da vida e da irreversibilidade do destino.
ResponderEliminarHonra ao bardo.
Juvenal Nunes