domingo, 17 de julho de 2016

Origens


Longe, o mundo corre e a miséria humana  expande-se.
O sossego é  interrompido pelos estropiados  e pelos famintos de tecto e de pão. Na impotência  de dar a mão aos tresmalhados, caímos na exaustão a caminho de um abismo de que desconhecemos os contornos.
A cidade mais despovoada, torna-se um palco cada vez mais estranho. Fica uma sensação estranha de voltarmos às origens. Para tal basta -nos água e um berço, mesmo de pedra, onde um Calor mais completo mate esta fome de paz com cantos de pássaros e o redemoinho das águas.

Eh! tu que corres sem saberes para onde vais, espera-me na curva da estrada!
A vida pesa-me e antes que pare, quero matar a sede dessa água que te rodeia. Não quero mais nada...

Manuela Barroso


9 comentários:

  1. O mundo corre para trás, Manuela. Os homens não sabem o que fazem. Gostei de te ler.

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  2. Querida Manuela
    Em soberbos e excepcionais versos delineaste um exímio clamor à paz
    Aplausos para tua bela composição poética grande poetisa
    Venho agradecer o carinho e deixar um afetuoso abraço
    Vou dar uma pausa nos blogs para curtir o recesso escolar
    Volto em breve! Até a volta!
    Beijokas doces no coração

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  3. Um texto inquietante, Manuela, mas muito belo. Os caminhos que tomamos podem roubar-nos a luz. E nenhuma escuridão nos salvará...
    Um beijo, minha amiga.

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  4. Querias estar ali naquele berço de pedra. Fazes-me voltar uns anos a traz. Aquelas pedras torneadas pela agua que se bebia num mergulho. Nasci aqui, nestas pedras, neste rio. Anos depois encontro outras pedras e outras aguas que me sacia a sede. Espero-te naquela curva onde não existe rede.
    Bjs

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  5. As origens da fome de paz, neste mundo... penso estarem na génese da origem do homem... até mesmo, talvez no seu ADN...
    Um texto inquietante... mas absolutamente actual... e profundo... e acompanhado por uma imagem fantástica!...
    Finalmente conseguindo passar por aqui... durante alguns dias, não consegui aceder aos seus blogues Manuela, não sei por que motivo... mas o meu anti-vírus não deixava... mas parece que o problema se resolveu... hoje consegui!...
    Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
    Ana

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  6. A miséria humana é cada vez maior, a todos os níveis.
    Perante tanta calamidade sentimo-nos impotentes e ansiamos por um pouco de paz – calor humano, água fresca para matar a sede de justiça, e o canto dos pássaros para acalmar a alma.
    Gostei do teu texto poético, Manuela.

    Continuação de boa semana.
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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  7. Para quê correr para a torrente de lava, quando poderemos ainda desfrutar das sombras que existem nas margens dos ribeiros! As tuas palavras inquietam e falam-nos de verdades que tantas vezes esquecemos!...

    Bjsss

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  8. Primeiramente, muito obrigada pela sua visita.
    Atualmente, procurar um instante de sossego é a minha meta. O mundo pode até correr, mas nós ainda podemos procurar os nossos instantes de paz. É preciso!
    Adorei a reflexão.
    Ótima semana. Beijinhos.

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  9. Oi Manuela esta é do fundo coração que sangra diante os desmandos no mundo, insensível às mazelas que maltratam os irmãos(?).
    Muito forte e perfeito grito.
    Abraços com carinho.

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