quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Casa em ruínas




Abadia - Minho
 
Em escombros, a casa de uma herdade                                                                                                   
Pela pedra se vê que foi vistosa,
Como velhinha que, apesar da idade,
Ainda tem traços de que foi formosa.

É triste, por ser triste, de verdade
Aquela que foi nova, vê-la idosa.
Depois que se ultrapassa a mocidade
Não há vaidade que não perca a prosa.

O tempo acaba todo o ser vivente.
E o que é velho nunca mais renova
Por ser morte contínua, permanente.

E o que mais acaba e disto é prova,
É vermos a velhice a ver a gente,
Que, como a casa em ruínas, já foi nova.
                          
                                Florentino Alvim Barroso, "Vento e Ventanias"

8 comentários:

  1. Manu querida,linda e triste a poesia de Tio,mas a velhice do corpo,quando
    não atinge a mente é apenas o coroamento de uma existência rica e
    produtiva.
    Mas,como sempre,estou encantada
    com a beleza do poema...e a ligeireza
    do pensar de alguém já tão "maduro".

    Bjsssss e muito carinho de sua sempre amiga,
    Leninha

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  2. Manuela

    É bem verdade este Poema do Alvim Barroso.
    Como todos desejávamos ser pedra polida na hora!...
    Crianças, já não somos, mas, sempre podemos alternar a Pedra com a Uva da Videira.
    ... A Uva, quanto mais enrugada, mais doce.


    Beijos
    SOL

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  3. A lucidez de um comentário feito poema de uma forma muito bela!

    A imagem está muito linda.

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  4. Brilhante como sempre!
    A poesia de teu tio é fantástica, Manu!!
    E e sempre bom demais estar aqui e colher palavras e imagens tão bonitas!

    O poema é um pouco triste, pelo que retrata... Mas profundamente belo, pelo que significa! E a imagem, belíssima!

    Nem preciso dizer que adorooooo casarões antigos, né? rss

    Beijo no coração, amigamada!

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  5. Bela imagem...Belo poema...Espectacular....
    Cumprimentos

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  6. passei para uma visitinha rápida. Depois eu volto com mais calma, para ler e refletir.
    muitos beijos

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  7. Fugiu o meu comentário, querida Manelinha.É a terceira vez que comento, este maravilhoso soneto do seu tio.Será desta?:-)Excelente comparação! Uma casa e uma mulher...O tempo não perdoa...
    Belo, simplesmente belo.
    Bjito amigo e uma flor.

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  8. Querida Manelinha
    Que lindo é o carinho que nutres pelo teu tio!
    Um soneto nostálgico,muito bem concebido!
    Uma metáfora perfeita entre o humano e o granítico.
    Gostei de ler.
    Um beijinho
    Beatriz

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