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domingo, 28 de novembro de 2021

Ampulheta





...
Nesta ampulheta da vida
         que corre
Neste som do silêncio     
         que magoa
Nesta cor azul
         que acalma
Neste piar dos pássaros
         que ecoa…

Corre o tempo atrás do futuro
Numa incerteza que morre lenta
No escuro.


Manuela Barroso, "Inquietudes"-Edium Editores 
Imagem           




sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Deixa-me

 


Deixa - me olhar - te, flor minha.
Não há calvário nem dor
No trilho do teu caminho
Embora rocha e azul
Sejam as penas do teu ninho .


Imagem e texto: Manuela Barroso


 12/11/2021




sábado, 23 de outubro de 2021

Mãos

 



Descansa os teus olhos na minha mão

onde as conchas e as flores serão o teu pão.

E se te acenarem com bandeiras 

de promessas falsas que não queiras,

escuta o azul de ti e diz, não.




Imagem e texto 

de

Manuela Barroso

 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Limito-me

 


Agora, sempre que possível, mimo-me a vaguear pelo dia, cada dia, tragando cada hora da tarde, em contemplação com as árvores mansas e pacientes, pregadas ao chão. 



Texto e foto
Manuela Barroso

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Brandura


 

Na buliçosa brandura das folhas, graciosidade das flores  e a subtil beleza das penas, acordou-me o delicado piar das aves, na graça enorme das coisas pequenas.


Imagem e texto

Manuela Barroso

 


quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Quisera

 





Quisera deambular pela relva molhada,  mergulhar sonhos inacabados no refresco das águas , admirar o reflexo das margens verdes onde se escondem rãs e cotovias  e ser vagabunda errante com tempo sem relógio , até que viesse o fastio da solidão .

 

Imagem e texto

Mauela Barroso


Para todos e todas Boas Férias em segurança.

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Ler



O génio está em ver onde te escondes.
Tudo se liberta quando não olhamos. Vemos.


Texto e foto
Manuela Barroso

domingo, 23 de maio de 2021

Haja Rosas

 



Haja rosas, uma chuva de rosas para afogar pesadelos em sonhos de cor,  beleza e abundância.

Sentemo-nos no remanso dos dias , absovendo a calma nas silhutetas das borboletas. 

Pairemos  como elas sobre as cores, ouçamos o ciciar das aves nos ninhos, deixemos que o tempo corra manso e devagarinho.

É tempo de ficar e pasmar, comungando a Natureza, respirando suavemnte tanta beleza.


Manuela Barroso  

Fotografias do meu jardim










segunda-feira, 10 de maio de 2021

domingo, 25 de abril de 2021

Feixes de Luz




... feixes de luz maré cheia
aurora na madrugada
cantos em semi-colcheias!


Foto e texto  

Manuela Barroso

domingo, 11 de abril de 2021

Quando os ninhos




...quando os ninhos ficarem vazios
dos bicos abertos
e dos pios,
traz-me penas inocentes e macias.



Manuela Barroso
Fotos e texto



domingo, 4 de abril de 2021

Feliz Pásoa








 


Tempo de Páscoa!
O azul do céu, parece mais límpido, transparente e tranquilizador.
Há um misto de serenidade e inquietude.
A Natureza associa-se ao Tempo, com uma certa inconstância:ora está a acordar duma longa hibernação, numa espécie de preguiça ,ora acorda irritadiça alagando as várzeas e fazendo tremer os salgueirais.
Mas também convida,assim, e quem sabe, de propósito, ao recolhimento de um passado que Agora ainda se recorda: A Morte de Jesus numa tosca cruz.
Mas a saudade vem quando, depois de comemorar a ressurreição, o Compasso visitava a minha casa, acompanhado de um tilintar de uma alegre campaínha! E lá vinha uma coroa
de flores pequeninas brancas e rosas, suaves...envolvendo Jesus numa cruz menos grotesca!
E a saudade voltou ao meu peito!
Boa Páscoa, menina...




Uma Páscoa Feliz para Todos/as.


Manuela Barroso

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Páscoa

 


"Ser incréu custa muito! É dia de Páscoa. O gosto que eu teria de beijar também o Senhor, se acreditasse! Assim, olho a fé dos outros em aleluia, e fico nesta tristeza agnóstica que faz da vida uma agónica aventura sem esperança de ressurreição." 

(Miguel Torga, Diário XIII. Texto escrito em 15 de Abril de 1979)






Imagens que são um convite ao recolhimento. 
À procura dos porquês. 
A necessidade de nos encontrarmos.


Mbarroso

domingo, 21 de março de 2021

Bem-vinda, Primavera!



Cálices que se escondem na profusão do tapete verde e...

...e com todos os requintes de uma estonteante flor.

 

Eis que vão chegando, quase submissas, quase invisíveis de tão recônditas, quase rastejando, quando dentro de cada tão pequeno cálice guarda todo um projecto de vida, de continuidade. 

As fragrâncias não têm o manufacturado e denso perfume para despertar de imediato os sentidos. Mas ficam suspensas  numa inefável e doce suavidade.

É a sua cor que nos saúda pelos córregos das aldeias numa catedral de sinestesias e cuja abóbada nos desperta para a simplicidade da vida no despretenciosismo do Belo.

Bem – Vinda, Primavera!

Manuela Barroso




domingo, 21 de fevereiro de 2021

Instantes

 

"Benditos os instantes, e os milímetros, e as sombras das pequenas coisas."

                           Fernando Pessoa , "Livro do Desassossego"




Imagens Pessoais

( Serra da Arouca)

sábado, 6 de fevereiro de 2021

O Poente

 

O poente é o sossego do dia, 

o adormecer da noite, quiçá 

feita de sonhos não cumpridos 

As águas suster-nos-ão cada vez mais 

com paciente brandura 

rumo à luz que nos espera 

lentamente 

como quem nasce de novo.

E esperar-nos- á leite e mel 

numa nova terra 

com louras searas

 e fartura. 


manuela barroso

( Texto e imagem)

domingo, 24 de janeiro de 2021

Correntes

 


A água passa em correntes tumultuosas, disformes.
No seu ímpeto, a erva frágil, tenra , deixa-se abater pela força bruta do mais forte.
A Natureza também tem os seus dias de mau humor. É uma espécie de equilíbrio de forças numa descompensação climática cujos efeitos se repercutem no coração da Terra.
Mas, fica às vezes, algo ou alguém, que "sobra" servindo de reflexão...
...e nos vendavais da vida, ficará porventura uma flor, uma mimosa e frágil flor, que resiste
para contar a história...
" Era uma vez...!


Manuela Barroso

(Foto Pessoal)



quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Olhar

 


Olhar longo, longos lagos
Longos braços...abraçar
Desce a noite, tanto mar.

Manuela Barroso, "Poetrixando"- Foto Pessoal