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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Inércia



O sol morria ao longe
e deitava-se no silêncio
cavado fundo
adormecido.
Nasceu o breu
negro e triste
num manto de solidão
deambulando as pedras
feitas as pedras do chão.
Fecharam-se as portas do peito
torre inerte de granito
cofre de saudade e mistério
terra fria em que me deito.

E no silêncio adormecido
pousando no fundo de mim
dorme também o vazio
nesta quietude sem fim...
                          
M.Barroso "Eu Poético III"

5 comentários:

mfc disse...

E amanhã vai estar um sol lindo e o sorriso vai voltar!

A.S. disse...

... mas no momento em que de novo o sol se anuncia
secam as lágrimas, todas foram embora,
a fria e triste solidão esvaiu-se sem demora
e o silêncio adormecido não durou mais que um dia!

Beijos...
AL

Helena Chiarello disse...

Tua poesia tem a maciez das expressões inspiradas pela intuição, o brilho das palavras ditadas pelo talento, a beleza dos sentimentos de quem tem olhos de ver e sentir a vida em todas as suas possibilidades e nuances... Mas tem também uma melancolia, um sentimento triste e tocante que permeia todos os pensamentos revelados por tuas palavras... É inquietante e ao mesmo tempo, de uma beleza que comove! Lindo, Manu! Gosto bem disso!

Passando pra deixar um beijo e dizer que a partir de hoje entramos em "recesso".. rss
Guardo muitos abraços pra volta!
Um beijo gigante, pessoa querida!

SOL da Esteva disse...

Manifestamente belo e objectivo, mas triste da solidão.


SOL da Esteva
http://acordarsonhando.blogspot.com/

Beatriz Bragança disse...

Minha querida
Metáforas,personificações,quanto estilo!
A noite traz um vazio,devido à falta de movimento!
Felizmente,existe o amanhecer!
Não fiques triste,se tudo à tua volta (ainda)é tão belo!
As minhas felicitações
Um beijinho
Beatriz