Abadia - Minho
Em escombros, a casa de uma herdade
Pela pedra se vê que foi vistosa,
Como velhinha que, apesar da idade,
Ainda tem traços de que foi formosa.
É triste, por ser triste, de verdade
Aquela que foi nova, vê-la idosa.
Depois que se ultrapassa a mocidade
Não há vaidade que não perca a prosa.
O tempo acaba todo o ser vivente.
E o que é velho nunca mais renova
Por ser morte contínua, permanente.
E o que mais acaba e disto é prova,
É vermos a velhice a ver a gente,
Que, como a casa em ruínas, já foi nova.
Florentino Alvim Barroso, "Vento e Ventanias"
8 comentários:
Manu querida,linda e triste a poesia de Tio,mas a velhice do corpo,quando
não atinge a mente é apenas o coroamento de uma existência rica e
produtiva.
Mas,como sempre,estou encantada
com a beleza do poema...e a ligeireza
do pensar de alguém já tão "maduro".
Bjsssss e muito carinho de sua sempre amiga,
Leninha
Manuela
É bem verdade este Poema do Alvim Barroso.
Como todos desejávamos ser pedra polida na hora!...
Crianças, já não somos, mas, sempre podemos alternar a Pedra com a Uva da Videira.
... A Uva, quanto mais enrugada, mais doce.
Beijos
SOL
A lucidez de um comentário feito poema de uma forma muito bela!
A imagem está muito linda.
Brilhante como sempre!
A poesia de teu tio é fantástica, Manu!!
E e sempre bom demais estar aqui e colher palavras e imagens tão bonitas!
O poema é um pouco triste, pelo que retrata... Mas profundamente belo, pelo que significa! E a imagem, belíssima!
Nem preciso dizer que adorooooo casarões antigos, né? rss
Beijo no coração, amigamada!
Bela imagem...Belo poema...Espectacular....
Cumprimentos
passei para uma visitinha rápida. Depois eu volto com mais calma, para ler e refletir.
muitos beijos
Fugiu o meu comentário, querida Manelinha.É a terceira vez que comento, este maravilhoso soneto do seu tio.Será desta?:-)Excelente comparação! Uma casa e uma mulher...O tempo não perdoa...
Belo, simplesmente belo.
Bjito amigo e uma flor.
Querida Manelinha
Que lindo é o carinho que nutres pelo teu tio!
Um soneto nostálgico,muito bem concebido!
Uma metáfora perfeita entre o humano e o granítico.
Gostei de ler.
Um beijinho
Beatriz
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