Hoje acordou-me o rio de todos os afectos
Espreguicei-me nos limos suaves,
numa placenta morna protegendo-me dos ímpetos
do bico dos peixes no voo das águas
Toquei a minha pele, nas entranhas, onde
as sensações se disfarçam nos mistérios
da vida
Memórias do inconsciente nas horas brancas
em que te embalava no meu seio
Permaneço ainda deslizando sombras maternais
no regaço que nunca arrefece.
Tenta demolir as pedras do abrigo materno!
Jamais apagarás os alicerces da
cidade que mãe construiu em ti.
Tu, mãe,
fonte de todas as sedes, onde morrem todas
as ânsias e todas as saudades, que vozes te
segredam a ausência de ti?
Que sangue perfuma a transparência da tua alma?
Que pedra constrói o monumento da tua coragem?
Tu, que és mãe,
semeia de branco as constelações que fazes nascer
no perfume das velas, na constância permanente
do teu amor incondicional.
Tudo de ti vem, em ti nasce afinal.
És tudo em todos
numa dimensão desigual
Manuela Barroso, in “Laços”-Dueto- Versbrava Editora
6 comentários:
Olá, querida amiga Manuela!
"na constância permanente
do teu amor incondicional."
Todas as mães deveriam ter um amor incondicional... no entanto, nem sempre ocorre e muitos órfãos em vida padecem até o fim pela ausência
Enfim, seu poema é um bálsamo refrescante em nosso coração.
Tenha um Domingo especial!
Beijinhos
Maravilhosa tua poesia, Manuela! Parabéns pra ti e todas mamães de Portugal em seu dia! beijos, chica
Chorei ao ler este teu poema. Saio em silêncio.
Um grande beijo, minha querida Amiga Manuela.
Buona domenica.
Muito belo, sentido e expressivo.
Já o publiquei no 'A Vivenciar'...
Um dia muito feliz. Beijinho.
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Poema de sublime beleza como só o sentimento filial poderia desencadear.
Belo texto!
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
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