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segunda-feira, 14 de abril de 2025

Tempo de Páscoa-Semana Santa

 




Tempo de Páscoa.
O azul do céu parece (parecia-me) mais límpido, transparente e tranquilizador num misto de serenidade e misteriosa inquietude.
A Natureza associa-se ao Tempo, com uma certa inconstância: ora está a acordar duma longa hibernação, numa espécie de preguiça, ora acorda irritadiça alagando as várzeas e fazendo tremer os salgueirais.
Mas também convida, assim, e quem sabe de propósito, ao recolhimento de um passado que Agora ainda se recorda: A morte de Jesus numa cruz.

Mas a saudade vem quando, depois de comemorar a ressurreição, o Compasso visitava a minha casa, acompanhado de um tilintar de uma alegre campainha. E lá vinha uma coroa de flores pequeninas brancas e rosadas, envolvendo a cruz de uma suavidade luminosa, fonte da ternura pascal.

E a saudade voltou ao meu peito.

Hoje…não sinto o mesmo azul, nem o mesmo perfume das flores, nem os rebentos dos salgueiros, nem a chuva mansa.

A rebeldia da Natureza reflete a incongruência da Humanidade.
E Ele, o Jesus das palhinhas?

Ainda e sempre à nossa espera.

 


Imagem e texto

de

Manuela Barroso


sexta-feira, 21 de março de 2025

Semana Comemorativa do Dia Mundial da Poesia

 


                                                            Convite da amiga Rosélia Bezerra



                                                                   


                                                                       Poema Lírico


Neste lençol de linho 

a brancura escurecia

sobre a lua em desalinho

que deitando-se de mansinho

lentamente adormecia.

 

Tu foste a mortalha

que na sombra

se perdeu

no bordado da toalha,

Deus meu!

 

E a noite foi o berço

onde o meu corpo

morreu.



Manuela Barroso



                                                    Feliz Dia da Poesia!

segunda-feira, 17 de março de 2025

Semana comemorativa do Dia Mundial da Poesia

                                                                Convite da Amiga Rosélia




 

                                                                  
                                                         

                                                              Poema Lírico





Penso-te na distância onde o voo
arrefece os delírios das madrugadas.
As mãos recordam as falésias do teu
corpo e vestem os aromas dos teus desejos
no silêncio clandestino da luz.
 
Ouço o veludo da tua voz na imagem
pálida das horas. São de tinta os meus
olhos que te desenham na sombra
sonolenta da noite diluindo-se no mar
branco do silêncio.
 
Na canção da lua 
deixo flores à janela.
É o cetim da pena, cobrindo
a pele da ave nua.


Manuela Barrroso

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Embriaguez

 



Procura a embriaguez do sol da tarde, 

lê o respirar dos morcegos e os rumores dos insectos

no seu passeio crepuscular.


E encontrarás no teu silêncio e no tempo que carregas, tanta alegria desperdiçada, tantos suores em vão.  




Texto e imagem

Manuela Barroso



terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Contrastes

 



E quem disse que este mundo de contrastes

em que a alegria se mistura com a dor

não é ao mesmo tempo, amor e  espanto?


 


Texto e imagem

Manuela Barroso





quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Flores de Inverno

 






Sorrio na esperança de ultrapassar os meus limites. 

A noite cai. Correm as notícias da noite tão maldosamente tristes. 

E eu te bendigo, Pai, pela  presença das tímidas flores que ainda existem

neste inverno que vai gelando a alma.



Texto e imagens

Manuela Baroso



 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Registo do tempo

 

 Manuela Barroso


Sou o registo dos sobressaltos do tempo,

vínculos de memórias sem idade,

esculpidos na lonjura da eternidade.


Manuela Barroso