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sábado, 8 de outubro de 2011

Soneto




             
Quem sou eu, donde vim, para onde vou?
Serei quem sinto ser-me, quando sinto?
Ou eu serei apenas esse absinto
Que outro bebeu e a mim me embriagou?

Como a loucura, transtornado estou,
Confuso e torvo como um labirinto.
Ao pressentir, porque me pressinto,
Eu não sei se sou eu, ou se não sou.

De que consiste a minha realidade?
Um fantasma que surge e me intimida
Como a mentira em face da verdade?

Página à toa lida e decorada,
Com palavras vãs se explica a Vida,
Se a ignorância não explica nada?

                                Florentino Alvim Barroso, "Vento e Ventanias"

7 comentários:

Leninha Brandão disse...

Eterna dúvida, eterna questão,Manu,que teu tio lindamente nos expôe.
Belíssimo poema,com gosto de absinto...

Bjssssss,
Leninha

mfc disse...

Saber quem somos?!
Uma eterna questão...

tecas disse...

Uma pergunta que todos nós fazemos, porém sem o encanto poético do seu tio, querida Manelinha.
Espero que este comentário entre:-)
Bjito amigo e uma flor.

chica disse...

Que lindo soneto,Manuela.É do teu tio.então?

Adorei tua visita e Leninha me mandou lindos céus!

Volte sempre que tiver vontade, a casa é tua! beijos,chica e linda semana!

lis disse...

Bonito Manuela.
Questionamentos que em algum momento começamos a fazer.
e as respostas tiramos da vida que levamos.
deixo abraços

Emília Pinto disse...

Lindo, Manuela e tem muito a ver com o post que publiquei ontem. Quantas perguntas nos fazemos constantemente? Quem somos afinal...o que queremos...o que realmente nos deixa felizes? Muitas vezes não sabemos como responder as estas perguntas, muitas vezes não sabemos como é a nossa alma e, como diz Pessoa, muito menos sabemos como é a alma do outro.
É proprio do ser humano ser insatisfeito e andar sempre à procura de algo mais; infelizmente, hoje em dia anda numa correria à procura de ter cada vez mais e não pára um pouco para entender a sua própria alma e muito menos a dos outros.. Gostei muito! Obrigada pela partilha. Um beijinho
Emília

Beatriz Bragança disse...

Querida Manelinha
Sábias e poéticas reflexões sobre a existência!
Inquietações de almas nobres!
Obrigada por partilhares tão boa poesia.
Um beijinho
Beatriz