Seguidores

sábado, 29 de agosto de 2015

Fronteiras




Como César, ao pé do Rubicão,
“ Álea jacta est ”, eis - me, na Espanha,
Nesta, desoladora, condição,
De ovelha, tresmalhada, na montanha.

A Terra é sempre a mesma, mesmo estranha.
Do sentimento, a pátria é invenção:
Na geografia, só se lavra e amanha
a terra, que se traz, no coração.

Eu odeio civismos imbecis:
Nascer, grego ou romano, que tem isso?
Nasce, num charco, a larva e é feliz.

Fronteiras!... A ambição foi o feitiço.
A Terra é, toda ela, um só país,
E, sinto-me, feliz, ao saber disso!



Florentino Alvim Barroso, in “Vento e Ventanias”,  Edium Editora-2012


16 comentários:

Socorro Melo disse...


Oi!

Belo poema. Amei.

Grande abraço
Socorro Melo

chica disse...

Lindo e acho que cada um de nós devia lembrar sempre disso: A Terra toda ela, é um só país! Adorei! Ótimo fds! bjs, chica

Olinda Melo disse...


Belo poema que nos recorda que as fronteiras somos nós que as erigimos, dentro e fora de nós. As que levantamos no nosso íntimo são as piores. São elas que nos inibem e fazem que não possamos reconhecer nos outros os seres que nos espelham.A terra é realmente o nosso elo.

Parabéns ao autor e obrigada por no-lo trazer.
Bom fim de semana, minha amiga.
Bj
Olinda

Magia da Inês disse...


O planeta é de todos, não deveria ter barreiras!...
Deveríamos ser uma família só, a família dos humanos.
Cada um tem um cantinho especial no coração!...

Bom sábado com tudo de bom!
Beijinhos.❀ミ
❀˚° ·.

A.S. disse...

Lindo soneto Manuela, e tão oportuno, quando se voltam a levantar novos muros, trágicas fronteiras da morte, antecâmara de um outro holocausto que se anuncia!...

Um abraço!
AL

AC disse...

Um olhar, fortalecido na convicção, sobre a irredutibilidade do nosso destino, imune a fronteiras...
Gostei!

Um bom final de semana :)

Odete Ferreira disse...

É sempre com muito prazer que por aqui me passeio...
Sem fronteiras...
Bjo, amiga :)

Shirley Brunelli disse...

Devemos nos amar sem fronteiras de raça ou de cor...
Muito lindo, Manuela!
Beijos!

Ana Freire disse...

Adorei o poema...
A Terra é una! São os homens que insistem em erguer barreiras e divisões de toda a espécie... para justificar os seus jogos de poder e ambição, ao longo dos tempos...
A imagem está perfeita! Absolutamente irrepreensível!
Passando por aqui... enquanto a net o permite... problemática, aqui por estes lados, onde vou permanecer por mais umas semanitas... deixando um beijo imenso... e matando saudades...
Até breve, Manuela!
Ana

Graça Pires disse...

Um poema excelente. "A Terra é, toda ela, um só país". Era preciso que se lembrassem disso no caso dos que fogem da guerra e do medo...
Um beijo.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

sim não devia haver fronteiras, nem raças, nem credos...

:(

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, a fronteira é um meio de protecção, dizem alguns argumentando a favor dos seus interesses, certo é que ninguém pediu para nascer aqui ou acolá nem escolheu a cor, como tal, é mais que certo quando se grita, "TODOS DIFERENTES TODOS IGUAIS."
ag

Silenciosamente ouvindo... disse...

Subscrevo totalmente o conteúdo deste poema.
Bjs.
Irene Alves

O Profeta disse...

Ouvi o vento e a música
Procurando um porto na madrugada
Ouvi a chegada de um navio
Julguei sentir uma voz amada

Meu Armando, meu amor...
Uma criança jogando lama ao meio dia
Embrenhada e perdida na alma
Com rimas colorindo pálpebras de nostalgia

Doce beijo

Toninho disse...

Lindo soneto com uma bela reflexão desta universalidade.
Aplausos amiga, voce faz bem feito.
Minha admiração sempre.
Abraços com carinho.
Bju de paz

Graça Pires disse...

Olá Manuela! Creio que já tinha lido este poema e tinha sublinhado "a terra, é toda ela um país" por ter achado tão premente este poema de Florentino Alvim Barroso, nos tempos que correm... Obrigada e parabéns ao autor.
Um beijo.