Aquieto-me nos braços da vida
Colhendo saudades.
O rio vai correndo, manso calmo,
Alheio a tempestades...
Navego com o vento
No voo das aves
Nas asas do pensamento.
Solto as amarras
Seguro os remos da liberdade
Aporto nas margens floridas
Tufadas de verde,
Mantas coloridas!
Cheiro a água, cheiro o ar
Cheiro os montes e cheiro os vales
Tenho fome de respirar!
Balouço-me nas águas
Nas pregas da ondulação.
Não quero ouvir ruído
Preciso de solidão!
Quero perder-me no além,
No horizonte em que me fito.
Vai navegando, meu barco!
Tenho fome de Infinito!
Manuela Barroso, "Inquietudes"- Edium Editores