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Machado (disse a árvore, ao machado):
No
meu tronco não ouses o teu fio!
Não
é digno, no chão, ver-se deitado,
Quem
nasceu para ser, somente, erguido!
Mas
o machado, surdo, a qualquer brado,
Talhava
o tronco indiferente e frio.
Quando,
o destino, já nos foi traçado,
Ninguém
lhe muda mais o seu feitio.
Já
quase, prestes, a cair no chão
(Suspiro
antes que a morte nos consuma),
A
árvore insistiu… mas foi, em vão.
Então,
a estralejar, se desapruma,
Pois,
seja por desatino, ou condição,
Nunca
fica, de pé, coisa nenhuma.
Florentino
Alvim Barroso -”O Vento e as Ventanias”, Edium Editores