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sábado, 19 de janeiro de 2019

Sou e não sou


 
Sou e não sou...

Estou e não estou mais...
Sempre foi esta loucura!
Corro atrás de tudo e nada
fujo sempre e só de mim.

Nesta correria louca
Neste perfeito nó cego
não quero ouvir já ninguém...
Levanta-se então o meu ego...
E fujo sempre, ainda mais
num corrupio constante
como folha na corrente
flor que morre lentamente
cai sem deixar semente...

E dói-me...
Dói-me tanto este baloiço
que quando me deito e pernoito
sinto-me só e ausente!
E corre a noite vazia
dentro do vazio de mim
e sinto-me tão cheia de tudo
e tudo me parece assim:

Sou a Partícula Divina
Que percorre o Universo
Enorme ou pequenina
Não sei
Serei da poesia...
O verso!

Manuela Barroso, in “ Inquietudes”, Edium Editores

domingo, 6 de janeiro de 2019

Águas Ondulantes



Águas ondulantes do meu pensamento
Envoltas em neve de água fria
Geram tormentos à luz da lua
Tempestades raivosas, tontas de alegria.

Aquecendo-se no seio deste desterro
Sonha o pensamento com tal ternura,
Esvaem-se da memória aqui e agora   
Imagens secretas, sinistras de amargura!

Acalma-te oh alma sedenta de paz!
Desliza lentamente por entre o meu espaço:
Ilumina mansamente este labirinto,
Devolve-me a ternura, sucumbo de cansaço!

Manuela Barroso, “Inquitudes”-Edium Editores