Estou e não estou mais...
Sempre foi esta loucura!
Corro atrás de tudo e nada
fujo sempre e só de mim.
Nesta correria louca
Neste perfeito nó cego
não quero ouvir já ninguém...
Levanta-se então o meu ego...
E fujo sempre, ainda mais
num corrupio constante
como folha na corrente
flor que morre lentamente
cai sem deixar semente...
E dói-me...
Dói-me tanto este baloiço
que quando me deito e pernoito
sinto-me só e ausente!
E corre a noite vazia
dentro do vazio de mim
e sinto-me tão cheia de tudo
e tudo me parece assim:
Sou a Partícula Divina
Que percorre o Universo
Enorme ou pequenina
Não sei
Serei da poesia...
O verso!
Manuela Barroso, in “ Inquietudes”, Edium Editores