Convite da amiga Rosélia Bezerra
Poema Lírico
Neste lençol de linho
a brancura escurecia
sobre a lua em desalinho
que deitando-se de mansinho
lentamente adormecia.
Tu foste a mortalha
que na sombra
se perdeu
no bordado da toalha,
Deus meu!
E a noite foi o berço
onde o meu corpo
morreu.
Manuela Barroso
Feliz Dia da Poesia!
9 comentários:
Boa tarde de poesia, querida amiga Manuela!
Estupendo!
Tenho que me controlar para não ter um golpe pela emoção que seu poema me tomou. Respirei fundo.
Imaginei o cenário que o mote lhe permitiu criar e, no final, uma palavra muito forte que diz muito:
"Meu corpo morreu"
O amor nos toma por inteiro, nos 'doma', proporciona uma morte que gera vida a posteriori.
Lindíssima toda a entrega total da mulher poetisa ao amor.
As metáforas preciosas, o 'desalinho' mais alinhado que li.
Sem palavras, amiga... só deleite.
Viva o Dia Mundial da Poesia!
Tenha um dia cheio de inspiração!
Beijinhos fraternos de gratidão e estima
😘💌💐🤝🥂🍾
Morrer assim é lindo! Ficou show tua poesia! Parabéns! beijos, chica
Olá, querida Manuela
Participação que nos mostra até onde pode
chegar o Amor.
Um poema lindo, com as palavras bem
delineadas e sensíveis.
Beijinhos
Olinda
Olá querida comadre
Um mergulho melancólico na noite, onde a ausência da amada se transforma em mortalha e o corpo em sepultura. É um retrato sombrio da solidão, da perda e da dor da ausência, onde a noite se torna um lençol fúnebre e o silêncio, o epitáfio de um amor que se desvanece.
Espetacular construção poética
Beijinhos e um ótimo domingo
Que poema minha querida Amiga. Fico a pensar onde vais tu buscar tanta inspiração. Não é nada fácil falar de amor.
Um beijo.
Gosto das antíteses que pontuam o poema. Os vocábulos (não sei porquê) transportam-me para a poesia lorquiana: o linho, a lua, são referências cromáticas que se tormam mais salientes por anteposicao com a morte, a sombra ou a noite. A estrutura reforça assim os significados. E isso é poesia.
Olá, amiga Manuela,
Um belo poema, digno deste dia Mundial da Poesia.
Parabéns!
Muito obrigado, pela visita e gentil comentário no meu cantinho.
Deixo os votos de um bom fim de semana, com tudo de bom.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Lindíssimo! Agradabilíssimo de ler.
Beijinhos.
Manuela, tua poesia é um sussurro de veludo entre o linho e a lua — onde o amor e a morte dançam sob a mesma penumbra.
A imagem da brancura que escurece, da lua que se deita em desalinho, é de uma beleza melancólica e visceral. É como se o tempo parasse para assistir ao fim de um afeto que, ao invés de gritar, silencia num lençol bordado de ausência.
O verso final — “E a noite foi o berço onde o meu corpo morreu” — é um soco manso, um epitáfio poético de quem viveu intensamente até no apagar das luzes.
Simplesmente lúgubre, lírico e lindamente assombroso. Bravo!
Abraços
Daniel
https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/vale-tudo.html
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